Falo contigo mas não me consegues ouvir. Só queria dizer-te que pensei em esquecer-te mas não resultou. Pensei em afastar-me, deixar-te para trás sem qualquer explicação e partir de vez em busca de uma paixão, algo que me prendesse e não me deixasse olhar para trás, para te ver. Essa paixão acabou por nunca me encontrar e acabei por te olhar e ficar presa nesse sorriso que não era meu. Não era nem nunca há-de ser já que não me ouves, já que nem me vês. Por tudo isto pensei em escrever-te, naquela folha perfumada só nossa que escondia no fundo daquela gaveta que guardava os meus sonhos e os teus desejos unidos numa só emoção. Queria ser alguém para ti, queria lembrar-te tudo o que já passou. E apesar da pouca vontade que tens em ler os meus sentimentos e da enorme curiosidade que tenho sobre ti embora saiba que nunca seremos novamente uma só alma, aqui me tens, como recado e recordação do que um dia não quiseste e que quando quiseres talvez não esteja aqui. Não como hj. Não como ontem. Talvez não como amanhã. Talvez já nem cá viva. Talvez já não espere por ti. Talvez...